As variações entre feedbacks e proteção aos jogadores criaram um vínculo mais forte entre o elenco do Corinthians e seu treinador, Luxemburgo.
Murillo, Moscardo, Adson e Wesley – todos produtos das categorias de base do Corinthians nas últimas temporadas – têm reais chances de iniciar o jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil contra o São Paulo nesta quarta-feira (16), devido ao trabalho conduzido pelo técnico Vanderlei Luxemburgo desde sua chegada ao Timão. Embora conhecido como ‘pofexô’, a versão atual de Luxa se assemelha mais à de um mentor paternal. No dia a dia, ele intercala repreensões e orientações com momentos descontraídos e conversas informais.
O ambiente é caracterizado por demandas constantes, porém destituído de uma aura militar. Outra característica elogiável do comandante é sua capacidade de proteger o grupo dos elementos externos, o que confere maior peso mesmo às reprimendas mais contundentes. Comparada ao período sob a liderança do português Vítor Pereira no ano anterior, a situação sob Luxemburgo é notavelmente diferente. Mesmo tendo chegado à final da Copa do Brasil, VP não tinha a mesma ligação com os jogadores. Sua postura nas entrevistas pós-partida era algo que incomodava consideravelmente os atletas. Eles se sentiam expostos e, acima de tudo, confusos com algumas opiniões que se distanciavam da rotina.
Adotando uma abordagem distinta, Luxemburgo conquistou o elenco, mesmo após um início marcado por resultados desfavoráveis, incluindo a eliminação precoce na fase de grupos da Libertadores. A equipe agora está em ascensão, mantendo-se invicta há 11 jogos, e isso é diretamente atribuído à liderança que alguns jovens jogadores demonstraram em campo. Esse processo de aprimoramento é fortemente influenciado pelo trabalho do técnico do Corinthians.
No entanto, o papel paterno desempenhado por Vanderlei não se restringe aos atletas mais jovens. Algumas atitudes do treinador desempenharam um papel crucial na recuperação de jogadores experientes, como Gil, Maycon e Yuri Alberto. Portanto, ao analisar a provável escalação do Corinthians para o jogo mais crucial do ano até o momento, o impacto do trabalho de Luxa no crescimento individual de cada profissional será claramente perceptível.
O AUXÍLIO DE LUXA AOS JOGADORES
Na defesa, Gil foi mantido em campo mesmo durante seu período mais difícil no Corinthians. Após uma derrota no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil contra o América-MG, o zagueiro enfrentou críticas severas em um hotel em Belo Horizonte. Após esse incidente, Luxemburgo continuou escalando o camisa 4 e defendendo o defensor de forma constante. Isso teve impacto positivo não apenas para Gil, mas também para Murillo, que pôde contar com a referência de um jogador experiente ao seu lado. Porém, a evolução de Murillo também é resultado do trabalho direcionado por Luxa. O treinador tem focado em aumentar a confiança do jogador, incentivando-o a jogar mais próximo da bola, arriscar lançamentos longos e maximizar uma de suas maiores virtudes: a saída de jogo.
No meio-campo, a descoberta de Gabriel Moscardo e a confiança em Ruan Oliveira foram cruciais, mesmo considerando que o segundo atleta ficou três anos afastado devido a três cirurgias no joelho. Luxemburgo é um dos poucos que apostariam em um jogador nessas circunstâncias, e ele o fez. Isso permitiu que o Corinthians adicionasse um jogador que originalmente não fazia parte dos planos do elenco.
Maycon também experimentou uma notável curva de evolução desde a chegada de Luxemburgo. O camisa 7 cometeu erros no primeiro jogo sob o comando de Luxa, contra o Independiente del Valle, na Libertadores. O meio-campista ficou em segundo plano por um tempo, mas quando Luxemburgo precisou dele para retornar à equipe, ele não apenas voltou com firmeza, mas também se destacou. Com o retorno de Moscardo após uma cirurgia de apendicite, Luxemburgo tem considerado a possibilidade de jogar com o jovem ao lado do veterano para iniciar a linha de meio-campo no jogo importante contra o São Paulo.
No aspecto ofensivo, Wesley se destaca como uma das grandes revelações do Corinthians. Ele já havia sido bem avaliado por Vítor Pereira no ano anterior. O português foi responsável por dar ao jovem suas primeiras oportunidades nos treinos e até mesmo no time profissional. No entanto, é sob a tutela de Vanderlei Luxemburgo que Wesley encontrou consistência, regularidade e marcou seus primeiros gols como jogador profissional. Hoje, ele é considerado até mesmo como substituto de Róger Guedes, que foi o destaque da equipe alvinegra, mas se transferiu para o futebol do Qatar durante os jogos da semifinal da Copa do Brasil.
O jogador com a camisa 36 é um dos que mais recebe orientações assertivas de Luxemburgo, tanto no que diz respeito ao desempenho em campo quanto fora dele. O treinador tem se esforçado para aprimorar a objetividade de Wesley em suas decisões com a bola. Além disso, Luxa tomou a decisão de “rebaixar” o atacante de volta à equipe sub-20, como forma de transmitir uma mensagem.
No setor de ataque, Yuri Alberto também deve créditos a esse ‘pofexô’ na sua revitalização. Luxemburgo sempre deixou claro a relevância do centroavante e até mesmo quando optou por tê-lo no banco, foi com a intenção de preservá-lo. De fato, no jogo mencionado, foi Yuri quem entrou no segundo tempo e marcou o gol de empate do Corinthians em 1 a 1 contra o Fortaleza, pelo Brasileirão.